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A topologia e o tempo


                  Ao dar continuidade a leitura do seminário 26 abordaremos mais
            uma vez a abertura da primeira lição de 21/11/78: “há uma correspondência
            entre topologia e a prática. Essa correspondência consiste nos tempos. A
            topologia resiste, é nisso que a correspondência existe.”
                  Logo,  o  tempo  resiste  assim  como  a  superfície  moebiana  que
            não  se  deixa  apreender.  Eis  o  interesse  de  Lacan  pela  topologia,
            ou  melhor,  a  consideração  ao  não  absoluto  do  tempo  e  do  espaço.
            Seguiremos por este viés em Freud e Lacan para imaginar a dimensão
            do  tempo  que  nos  apreende,  no  sentido  de  que  não  podemos
            saltar  para  fora  e  objetivá-lo.  Ou  melhor,  a  temporalidade  como
            uma  espécie  de  pensamento  em  4D  ou  intuição  tetradimensional.
            Se o inconsciete desconhece o tempo, como se dá a escuta clínica? Na
            abordagem das Écritures do sinthoma, veremos a leitura topológica de
            um caso de psicose, o artista alemão Kurt Schwitters cuja arte ocupa a
            função de nominação.
                  Quanto ao sinthoma, ou resposta às incidências do Real, pode-se
            dizer que a topologia resiste porque ela participa do real. Seguiremos por
            essa via neste semestre: a clínica do real…





            Bibliografia:
            Luis Carlos Petry, A conjectura lacaniana, Ed Kotter, Curitiba, 2023.
            Graciela Prieto, Écritures du sinthome, Ed Eres, Toulouse, 2013.
            Michel Bousseyroux, La réson depuis Lacan, Paris, Stilus Ed.,2018.












            Elisabeth Freitas
            Olga Soubbotnik

            Início:
            Sextas-feiras às 13h30h (quinzenal)



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